Neste dia 25 de julho, data internacional da Mulher Negra
Latino-Americana e Caribenha, celebra-se também o dia da líder quilombola Tereza
de Benguela. A celebração teve início no 1º Encontro de Mulheres
Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, e com a criação da Rede de Mulheres
Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas. Desde 2014, o dia de Tereza de
Benguela* é celebrado no Brasil e compõe o calendário de lutas dos movimentos
negros e de resistências dessas mulheres no combate ao racismo.
A data deve servir para denunciar toda a violência,
estigmatização, invisibilidade e racismo a que são submetidas as mulheres
negras ao longo da história. As consequências desses atos tem as condicionado a
trabalhos semi-escravistas, baixos salários, desemprego, racismo institucional
e prostituição. Os trabalhos domésticos, terceirizados, temporários e sem
garantias trabalhistas também estão entre os destinos mais comuns dessa parcela
da população.
Tratadas como mercadoria, os corpos das mulheres negras são
exterminados, violentados, assassinados, estuprados. A dor do racismo nas
mulheres é sentida na carne. Números do Mapa da Violência de 2015, apontam que
entre 2003 e 2013, aumentou em 54,2% o número de assassinatos de mulheres
negras, para cerca de 9,8% de diminuição para as mulheres brancas. Com as
recentes reformas do governo Temer (PMDB), as mulheres negras são ainda mais
prejudicadas e sujeitas a péssimas condições de vida.
Organizar a luta das mulheres negras latino-americanas e caribenhas
e em todos os países é urgente. A exemplo de Tereza de Benguela, milhões de
mulheres negras em todo o mundo resistem às opressões, ao sofrimento e à
desigualdade. Elas mostram sua força e capacidade de luta. São mães, filhas,
lgbts, trabalhadoras, jovens, idosas. Mulheres que enfrentam diariamente o
desafio de ser mulher negra num mundo tão opressor.
Derrotar as reformas, o racismo, a desigualdade social, o
desemprego e o subemprego, e a falta de oportunidade!
Aquilombar os espaços e os instrumentos de luta!
Basta ao feminicídio!
Contra a criminalização!
Pela emancipação das mulheres negras!
Pela libertação da classe trabalhadora!
*Tereza foi uma heroína negra, que viveu no Mato Grosso,
sendo líder do Quilombo de Quariterê. Sua morte é datada do ano de 1770,
após ser capturada por soldados. Alguns apontam a causa como execução, doença
ou suicídio.
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