O promotor de justiça Fernando Santos vai à TV e contesta relatório da auditoria sobre a planilha do SETUT
Promotor Fernando Santos |
O promotor de justiça Fernando Santos esteve na tarde de
ontem, 05/12, em um programa de TV local e mostrou sua
discordância quanto à forma como vem sendo veiculado o resultado da auditoria
sobre a planilha dos transportes públicos de Teresina. Segundo o promotor, a mídia local está afirmando que o relatório justificaria a tarifa de R$ 2,10 nas passagens de
ônibus e que as manifestações ocorridas nas ruas de Teresina no final do mês de
agosto teriam sido desnecessárias.
Para o promotor, no entanto, o relatório feito pela comissão
responsável pela auditoria mostra as falhas no sistema e a ausência de
fiscalização da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito
(STRANS). No entendimento do Ministério
Público, o relatório evidencia que a Strans
não tem nem infraestrutura física nem recursos humanos para fiscalizar o
sistema ou para aferir os índices utilizados na planilha.
Fernando Santos afirmou na entrevista que as falhas no relatório decorrem
do fato de a STRANS não possuir dados exatos sobre o sistema e que estes dados são
controlados unicamente pelo Sindicato dos Transportes Urbanos de Teresina (SETUT),
ou seja o órgão municipal responsável pelo sistema abriu mão de controlá-lo e
entregou à iniciativa privada. “Comissão não levou em conta outras receitas
obtidas pela empresas e aceitou o valor do busdoor
apresentado pelo Setut, sem a
comprovação de nota fiscal.” Afirmou o promotor.
Fórum em Defesa dos Transportes Públicos |
Um aspecto que a mídia local não deu destaque, segundo
Santos, foi sobre as recomendações à Prefeitura de Teresina contidas no
relatório, que vão desde a estruturação adequada da Superintendência Municipal
de Trânsito à exigência de uma fiscalização rigorosa dos itens de compõe a
planilha, bem como da atuação do Setut.
O Fórum Estadual em Defesa do Transportes Públicos, entidade
que congrega movimentos sociais, estudantis e sindicais (entre os quais o SINDSERM),
esteve representado na comissão que auditou as planilhas e recusou-se a assinar
o documento uma vez que os dados disponíveis para o estudos não eram
satisfatórios e que havia uma decisão deliberada do SETUT em esconder dados importantíssimos
e da STRANS em não aprofundar no estudo, o que poderia derrubar a tese da
majoração das tarifas de ônibus.
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