“A volta do Indignados”,
esse
é denominação dada pela sociedade para a onda de manifestações que parou o
trânsito da capital durante horas na semana passada. As manifestações vieram em
resposta às decisões, um tanto contestáveis, do prefeito Elmano Férrer(PTB) em
realizar o aumento da tarifa, de $1,90 para $2,10, um aumento real de mais de 10%, mesmo contra a
vontade da população, como também em dar início, de qualquer forma a um modelo
de Integração que não atende aos interesses da sociedade.
Em
uma atitude estrategicamente pensada o Prefeito Elmano em união aos empresários
que ele representa, pensaram que iriam quebrar o movimento, lançando “goela a
baixo” o aumento da tarifa do transporte e essa farsa da Integração ou melhor dizendo
“Entregação”. Um serviço em que nem toda a população é beneficiada, serviço
este que está disponível a apenas 1/3 das linhas de ônibus, e ainda a população
tem que pagar a metade do valor no segundo ônibus. Sem falar da “maracutaia” do
vale transporte eletrônico, que substituirá o passe de papel, e que está sendo
produzido pela empresa Credishop do patrão do Elmano Férrer. Ao colocar
créditos no cartão, o usuário do transporte coletivo de Teresina terá a possibilidade de também fazer compras no comércio.
A
manifestação no decorrer dos dias da semana foi ganhado corpo e o que era
algumas dezenas de pessoas no primeiro dia de manifestação, dia 02 de janeiro,
conseguiu atrair milhares de indignados no decorrer da semana. A concentração se
iniciou todos os dias, às 9:00h na Praça do Fripisa, dali percorrendo as ruas do centro de Teresina,
passando pela sede da Prefeitura, e indo em direção à Avenida Frei Serafim,
principal via de transito da capital.
Enquanto
a manifestação veio com a proposta de acontecer de forma pacífica, apenas com
bandeiras, cartazes e gritos de palavras de ordem. No entanto o Governador
Wilson Martins(PSB), mandou tropa de
choque da Polícia Militar, a pedido do prefeito Elmano Férrer a agredir os
manifestantes, chegando por diversas
vezes a atirar balas de borracha à queima roupa, bombas de efeito moral e gás
de pimenta e uso de cacetetes, além de quebrar celulares das pessoas que
registravam a agressão. Vários estudantes, dentre eles menores de idade, foram
presos na ultima terça-feira, dia de verdadeira corvadia da Tropa de Choque da
PM. Neste dia chegou ao cúmulo do Setut enviar uma milícia privada chamada SET-SEG para agredir os manifestantes. A
assessoria jurídica do Fórum foi por diversas vezes até a Central de Flagrantes
fazer o registro de Boletim de Ocorrência de manifestantes agredidos e garantir
a soltura dos manifestantes que haviam sido presos. Cenas que se repetiram no
quarto dia de manifestações.
O
SINDSERM ajudou a garantir a estrutura necessária para a realização dos atos,
como carro de som, água e outros.
Neste
sentido, o Fórum Estadual em Defesa do
Transporte Público está mais uma vez na vanguarda organizativa dos atos que
pararam Teresina nesses últimos dias. O Fórum Estadual em Defesa do
Transporte Público é um grupo formado por representantes de diversas
entidades cujo objetivo é fomentar a discussão acerca da temática, como também,
planejar ações políticas para dirimir o problema. Durante os cinco dias de
manifestações as reuniões do Fórum aconteceram depois ao final dos atos, no
mesmo local de costume, ou seja, na sede do SINDSERM.
02 de Setembro de 2011: Dia da vitória
No ano passado, dos
dias 29 de agosto a 03 de setembro, a capital do estado do Piauí presenciou
cinco dias consecutivos de intensa mobilização da sociedade civil. Movimentos
sociais organizados, em sua maioria estudantes, contabilizando mais de 30 mil
pessoas, utilizando-se das redes sociais como forma primária de convocação,
foram às ruas e conseguiram pela primeira vez na história de Teresina, fazer um
gestor publico voltar atrás em uma decisão política em que a mesma era
profetizada por ele como “impossível”.
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Manifestantes tomam conta das ruas de Teresina |
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Manifestantes tomam conta das ruas de Teresina
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Manifestantes em frente ao Palácio da Cidade |
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Centro da Cidade |
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Frei Serafim |
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Repressão policial |
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"Mãos ao alto. 2,10 é um Assalto" |
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O Escudo do povo é e liberdade do trabalhador. |
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Repressão Policial |
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Transito para |
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Tropa de choque se preparando para bater em trabalhadores e estudantes |
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"Mãos ao alto. 2,10 é um assalto |
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Violência |
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Truculência |
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Intolerância |
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Abuso: milícia particular (Set-Seg) ajudando a polícia a reprimir manifestantes. Há denúncias de que os milicianos até bateram e ajudaram a capturar manifestantes |
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