Segundo registros do Mapa de Assassinatos de Travestis e Transsexuais no Brasil, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o número de mortes desta parcela da população aumentou e é o maior dos últimos dez anos, contabilizando, somente em 2017, 179 casos*. Neste 29 de janeiro, onde se celebra o Dia Nacional da Visibilidade Trans, as reflexões a cerca do preconceito e da marginalização destas pessoas se concentram junto com o chamado à luta por mais respeito e dignidade para a vida.
Os altos índices de assassinatos revelam o final de muitas histórias permeadas por estigmas, isolamento social, desemprego, prostituição como alternativa de sobrevivência, deficiência nas políticas públicas de saúde e um comportamento quase generalizado da sociedade que coloca essas pessoas para debaixo de seus tapetes por meio da transfobia. Boa parte dessa violência se expressa desde a infância com o bullying e tentativas de “reordenação psíquica”. Tudo isso reforça ou ocasiona casos de depressão e outros transtornos que podem, inclusive, levar ao suicídio.
Além da deficiência na assistência à saúde, o Estado se nega a implementar projetos de educação para o debate de gênero, impossibilitando sucessivas gerações de crescerem discutindo formas respeitosas de viver. Dentre as principais vítimas da invisibilidade estão as mulheres, jovens e negras.
Inclui-se também a tentativa do Congresso Nacional de aprovar o Projeto de Lei 4931/2016, conhecido como “Cura Gay”, do deputado federal Ezequiel Teixeira (Podemos/RJ), que propõe autorização para que profissionais de psicologia realizem terapia de “reorientação sexual”.
Nesse contexto, se faz urgente o fortalecimento das lutas pela efetiva criminalização das LGBTQIfobias; pela implementação de políticas públicas voltadas para esta população, debatidas amplamente com a sociedade; por maior oferta e garantia de empregos; pela humanização nos atendimentos via Disque 100 ou delegacias especializadas, de maneira a agilizar os procedimentos de registro, apuração e punição dos casos de violência.
A solidariedade de toda a classe trabalhadora e o engajamento nas lutas da população trans no Brasil, devem ser presentes na resistência contra os opressores e contra todos que atacam seus direitos. Que visibilidade e respeito sejam naturais como viver sendo o que se é.
*Com informações da Agência Brasil.
*Com informações da Agência Brasil.
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