Mulheres lutam todos os dias contra inúmeras formas de violência que se perpetuam com base no capitalismo que explora, oprime e mata. O patriarcado e a ideia de propriedade sobre os corpos e vidas das mulheres, estão na violência machista em forma de danos físicos, sexuais, psicológicos, financeiros, patrimoniais, morais, dentre outras, e nos coloca em alerta convocando à luta.
Segundo dados do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), divulgados em março deste ano pela revista Piauí, 15% das mulheres com 16 anos ou mais já tinham passado por algum tipo de violência durante o período de pandemia, correspondendo a 13,4 milhões de brasileiras.
No Piauí, de acordo com o 15º Anuário da Segurança Pública, as mortes violentas de mulheres aumentaram em 117% no ano de 2020 em relação ao ano anterior. Foram 61 em 2020 e 46 em 2019. No caso dos feminicídios, houve registro de 29 em 2019 e 31 em 2020. O portal G1 Piauí publicou no último mês de julho, matéria confirmando que a média brasileira é de 34% e o Piauí ocupou o 6º lugar do país nesta proporção. Em 2019, o estado teve o maior percentual do país neste ranking, com o feminicídio correspondendo a 63% do total de mortes de mulheres.
As violências são diretamente mais brutais quando, somado ao fator gênero, a questão racial e de classe colocam mulheres negras e pobres como as mais atingidas. Um dos exemplos mais recorrentes no país está na violência obstétrica: 65,9% das mulheres que sofrem esse tipo de violência no Brasil são negras, e somente 27% das mulheres negras gestantes têm o devido acompanhamento pré-natal. O termo se refere a todas as violências sofridas no processo de gestação, e a quando o atendimento humanizado é negado a essas pacientes incorrendo em práticas que as levam ao sofrimento durante essa fase da vida.
Para as mulheres negras, pobres e periféricas, a luta contra a violência é a luta para sobreviver, por uma liberdade negada pelo racismo estrutural, uma luta que passa pela necessidade de acesso à emprego, saúde, educação, alimentação e segurança.
Neste dia 25 de novembro, devemos, além de refletir os dados alarmantes, pensar nas formas de organização e resistência, que construam diariamente o caminho da luta contra a violência e a exploração. A criação da data pela Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1999, homenageia as irmãs Patria, María Teresa e Minerva Maribal, que foram violentamente torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo.
No Brasil de 2021, é urgente
denunciar e lutar contra o genocídio e as medidas autoritárias de governos como
de Bolsonaro e Mourão, para quem a vida das mulheres não vale, assim como de
todas(os) que sofrem os resultados da opressão direta do capital. Chega de
censura, machismo, racismo e políticas de morte para as mulheres. Que todas
possam ter os direitos, frutos das lutas e mobilizações, respeitados e validados
com dignidade. E para isso, a nossa luta será todo dia!
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