Após dias que se antecederam por plenárias, mobilizações, análises e avaliações, os principais movimentos sociais, entidades e centrais sindicais, movimento estudantil e popular, em unidade, convocaram a classe trabalhadora para as ruas no dia 29 de maio em um sábado histórico de lutas. Foram registradas as maiores manifestações populares depois dos últimos tempos no país em torno do Fora Bolsonaro e Mourão, exigindo vacinação ampla para a população, auxílio emergencial digno e políticas públicas em defesa da vida e dos direitos.
Em Teresina, as entidades que compõem o Fórum Pelos Direitos e Liberdades Democráticas, bem como a Frente Brasil Popular, partidos de esquerda e diversos ativistas independentes mobilizaram centenas de pessoas. A nível local, se fizeram presentes as denúncias em torno do caos nos serviços públicos, especialmente o de transporte, a omissão dos governos para frear a contaminação pelo vírus e promover avanços reais na vacinação e contra o alinhamento de políticas na capital com o governo federal.
“Não poderíamos deixar de passar em frente ao Palácio da Cidade e não denunciar o que o prefeito Dr. Pessoa está fazendo com as servidoras e servidores da Saúde. Sugerimos a liminar para que as servidoras e servidores que tivessem comorbidades não retornassem ao trabalho como saiu na Portaria da FMS, mas a prefeitura fez com que as(os) profissionais retornassem para os seus locais de trabalho. São em torno de 1400 trabalhadoras e trabalhadores da Saúde que possuem comorbidades e mesmo vacinadas(os) estão colocando as suas vidas em risco e o responsável é o Dr. Pessoa”, disse a membra da Direção Colegiada do Sindicato das(os) Servidoras(es) Públicas(os) Municipais de Teresina (SINDSERM Teresina), Daniele Brito.
Também a diretora da entidade sindical falou sobre o retorno de profissionais da área da Educação apenas com vacinação e testagem. “As trabalhadoras e trabalhadores da Educação só voltarão para as aulas presenciais no município de Teresina quando estiverem vacinadas(os) com a segunda dose e com a testagem em massa, não somente nas professoras e professores, mas em todas(os) que fazem parte da comunidade escolar. Bem como, protocolo sanitário nas escolas recomendado pelo COE, pois, desde 2019, mais da metade dos locais não possuem estruturas de atender”, afirmou.
Além disso, Daniele fez denúncias sobre a situação das(os) agentes de portaria da capital piauiense. “A prefeitura retirou dos contracheques destas(es) servidoras(es) valores que variam de R$600,00 a R$1000,00. Agentes de Portaria que ganham menos de R$2000,00 por mês, onde foram trabalhadas horas a mais e a prefeitura não reconheceu e realizou este desconto. São servidoras e servidores que estão passando necessidades, fome, precisando comprar medicações e não estão conseguindo. Então, fora Bolsonaro e Mourão, fora o projeto necroliberal de Dr. Pessoa”, finalizou.
Como propósitos, as manifestações saíram em defesa da vida das(os) trabalhadoras(es). Desde o chamado, houveram as orientações para protocolos sanitários, uso de máscaras recomendadas e aprovadas pelos órgãos de fiscalização, além da utilização de produtos adequados à higiene pessoal e coletiva.
O SINDSERM Teresina transmitiu o ato em uma live pelo canal no YouTube e página no Facebook da entidade durante toda a manhã, passando também informações de outras convocações nacionais e dados que reforçam a urgência de lutar pela derrubada do governo genocida de Bolsonaro e Mourão.
O jogo político agora conta com a presença da oposição popular ao governo nas ruas, com a classe trabalhadora entendendo a necessidade de lutar nesse palco de disputas onde os riscos apresentados são balanceados, porém enfrentados. A principal mensagem deixada do dia 29 para as lutas que seguirão é de que "quando o povo marcha nas ruas em meio a uma pandemia, é porque o governo é pior e mais perigoso do que o vírus".
Performance artística livre ocorrida durante o ato
Artista: Coeli
Performance: cardápio 29
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