A Organização Mundial da
Saúde (OMS) publicou nesta segunda-feira (18) uma nova edição da Classificação
Internacional de Doenças (CID), na qual a transexualidade foi retirada da lista
de transtornos mentais.
Segundo a nova
classificação (CID-11), as identidades trans deixam de ser consideradas
“transtorno de gênero” e passam a ser diagnosticadas como incongruência de
gênero, uma condição relativa à saúde sexual.
Na prática, isso
significa que a transexualidade deixa de ser encarada como a esquizofrenia, a
cleptomania e a depressão (todas estas consideradas transtornos mentais) e
passa a ser tratada como a ejaculação precoce ou a disfunção erétil
(consideradas condições relativas à saúde sexual).
O raciocínio é que as
evidências agora são claras de que [a incongruência de gênero] não é um
transtorno mental, e classificá-la desta maneira pode causar enorme estigma
para as pessoas transgênero.
Diz a coordenadora da
Equipe de Adolescentes e Populações em Risco da OMS, Lale Say, no site da
instituição.
Ela explica que o motivo
para não se retirar completamente a transexualidade da CID é a necessidade de
que as populações trans tenham sua condição reconhecida pelos médicos e
hospitais e possam obter ajuda médica se assim desejarem já que, em muitos
países, os sistemas público e privado de saúde não reembolsam o tratamento se o
diagnóstico não estiver na lista.
Ela também destaca a
importância de que todos os países continuem oferecendo políticas públicas de
saúde para essa população, como é o caso das cirurgias de redesignação sexual.
Ainda há necessidades
significativas de cuidados de saúde [com as populações trans] que podem ser
melhor atendidas se a condição for codificada sob o CDI.
A CID é uma lista
publicada pela OMS que tem a função de padronizada os nomes e sintomas de todas
as doenças, distúrbios e condições médicas, facilitando assim o diagnóstico e o
tratamento realizados por profissionais da saúde do mundo inteiro. Outra
utilidade da padronização do diagnóstico médico é possibilitar a qualquer país
que colete dados estatísticos e epidemiológicos de modo que estes dados possam
ser lidos e comparados internacionalmente.
A última revisão da CID
havia sido feita 28 anos atrás, quando, entre outras mudanças, a
homossexualidade deixou de ser considerada uma doença. Os países que adotarem a
CID-11 tem até 1º. de janeiro de 2022 para se adaptar à nova classificação.
Fonte: Justificando/Carta Capital
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