Consciência Negra: política, arte, memória e resistência em movimento em edição especial do Projeto Cultural Laborarthe
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é mais do que uma marca no calendário. É uma convocação à memória, ao enfrentamento das desigualdades e ao reconhecimento da centralidade da população negra na construção do Brasil. Em Teresina, essa data ganha força renovada com o Laborarthe Edição Especial Consciência Negra, que aconteceu no dia 19 de novembro, promovido pelo Sindicato das(os) Servidoras(es) Públicas(os) Municipais de Teresina (SINDSERM THE) através do Setorial de Negras e Negros do Coletivo de Gênero, Raça e Classe. O evento transformou a noite em um grande encontro entre arte, identidade, ancestralidade e luta social.
Nesta edição especial do Projeto Cultural Laborarthe, a programação se alinha
diretamente ao compromisso político de celebrar a vida, a história e a
resistência do povo negro. O Dia da Consciência Negra, feriado nacional desde
2023, recorda a trajetória de luta contra o racismo estrutural e evidencia a
urgência de reafirmar a cultura negra como fundamento da sociedade brasileira.
A abertura da noite
foi marcada pelo manifesto-performance PRETO CORRENDO,
da Nex Crew em parceria com a Original Bomber Crew. A obra, dirigida por
Allexandre Bomber e dançada por Vini Silva, combina dança, música ao vivo e uma
estética que afirma a presença do corpo preto como força criativa e insurgente.
Nascida de processos de investigação artística da Incubadora JUNTA 2022 e
estreada em 2024, a performance mergulha em uma poética de resistência e
reinvenção — onde o corpo não apenas dança, mas se insurge, corre, rompe, cria
novos horizontes. Em seguida, o grupo levou os presentes a um envolvimento
poético, musical e performático com breakdance.
A celebração seguiu com a potência vocal da
cantora Beth Moreno, no palco com a
intensidade do samba e da Música Popular Brasileira (MPB). Com uma trajetória
construída entre diferentes estilos, Beth encontrou no samba sua expressão mais
profunda, traduzindo em interpretação marcante a afetividade, a vivência e a
força histórica de um gênero que acompanha a luta e a alegria do povo negro há
gerações.
Logo depois, o show
do grupo Alma Roots, referência do reggae
piauiense, convidou o público a vibrar com mensagens de amor, liberdade,
coletividade e consciência social. Com energia e musicalidade características,
a banda fortalece o elo entre arte e mobilização, afirmando o reggae como um
espaço de crítica, espiritualidade e reafirmação da negritude.
Ao reunir dança, música, performance e interação com o público, o Laborarthe reafirma que a arte é instrumento poderoso de resistência, formação de consciência e celebração da ancestralidade. Assim, a edição especial do Laborarthe não apenas celebrou a Consciência Negra, mas foi um convite a reconhecer a beleza e a força da cultura negra, a honrar suas trajetórias e a participar ativamente da construção de uma sociedade antirracista.



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