A
truculência do Secretário de educação Kleber Montezuma já está ultrapassando os
limites da sanidade. Os professores da E.M. Manoel Paulo Nunes, na zona leste
de Teresina, estão sendo perseguidos constantemente pelo secretário, por conta
da grande adesão às greves em 2013.
Na
quarta-feira, 15 de janeiro, Montezuma apareceu de surpresa na escola onde
acontecia uma reunião com os professores e pais de alunos, para debater duas
medidas da SEMEC, com as quais a comunidade não concordava: um teste
diagnóstico aplicado por pessoas estranhas à escola e a substituição do diretor
pela ex-diretora da Casa Meio Norte.
Na
reunião, o professor Abílio Rodrigues fez uma fala em nome dos professores e logo
após, Luisa Solano, assessora de Montezuma, explicava a posição da SEMEC, no
microfone, quando o professor Abílio se dirigiu ao secretário e questionou sobre
a vinda da substituta para assumir a direção. Montezuma informou: - “Ela
já está nomeada!”. Abílio
protestou: - Essa atitude é truculenta!.
Montezuma apontou o dedo para o professor e disse: - “Eu sou truculento e ditador. Ela
vem pra cá por que eu quero e porque eu posso. E você vai ser o primeiro a
sair.” Tudo isso foi presenciado
pelo Presidente do SINDSERM, 04 mães de alunos e vários alunos da escola.
Em seguida
o secretário fez um longo discurso desqualificando os professores da escola,
citando passagens bíblicas e comparando os professores à serpente que desviou
Adão e Eva do paraíso. Montezuma levou
em torno de 20 pessoas ligadas ao PSDB para a reunião. As mães e pais
informaram que aquelas pessoas do lado direito do pátio residem na região, mas
não tem filhos na escola. Ao final do seu discurso o secretário chamou seus
seguidores, tentando encerrar a reunião. No entanto, as mães não saíram e a
reunião continuou e foi encaminhado que fariam um abaixo-assinado para garantir
que nenhum aluno fosse excluído da escola por conta do teste e exigindo o
direito de escolher sua direção. O secretário saiu vaiado da escola, mas
manteve sua decisão de aplicar o teste.
Na manhã
desta sexta-feira, 17 de janeiro, Montezuma enviou pessoas de fora da escola
para aplicar o teste, escoltados por seguranças da Servisan e policiais
militares. Os professores da escola ficaram na sala de professores e foram
impedidos de ministrar suas aulas de reposição da greve. Indignados com a imposição
e o aparato repressivo enviado pelo secretário de educação, os estudantes da
escola, organizados pelo grupo Reviravolta e ANEL, se recusaram a fazer o teste
e fizeram uma grande manifestação. Uma aluna foi agredida por uma aplicadora
que, coincidentemente, era uma das pessoas que foram aplaudir o secretário na
quarta-feira. Um aluno foi detido, depois liberado. Os aplicadores não eram
professores.
A
Assessoria Jurídica do SINDSERM acompanhou todo o processo, confirmando o clima
de perseguição que o secretário de educação está impondo no local e já está
tomando as medidas judiciais cabíveis. As atitudes do secretário foram extremamente
discriminatórias e com exacerbada conotação fascista. Uma mãe de aluno que estava na
reunião do dia 15, afirmou. “Ele disse
que pobre não precisa de ar-condicionado e tratou os pais dos alunos da escola
com arrogância”.
Durante a manifestação
foi realizada uma longa reunião entre o Conselho Tutelar, Direção da escola,
SINDSERM, Conselho Estadual da Juventude, Conselho Comunitário, associação e
moradores e mães de alunos. Ao final foi encaminhada a suspensão do teste à
tarde e realização de aula normal, bem como a nomeação de uma diretora e um
diretor-adjunto escolhidos pela comunidade escolar. Caso a SEMEC não acate os
encaminhamentos, as manifestações retornarão.
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