Durante o Seminário Nacional do
Fórum Pelos Direitos e Liberdades Democráticas, realizado em São Paulo-SP no
mês de dezembro de 2019, o SINDSERM foi elogiado pela atuação nas lutas
específicas e pelo esforço de unidade nas lutas gerais. O sindicato passou a
fazer parte da Coordenação Nacional do Fórum. Veja a carta lançada a partir do
evento:
Carta do seminário do fórum sindical, popular e de juventudes por
direitos e liberdades democráticas
As classes dominantes vêm
realizando uma brutal ofensiva contra o(a)s trabalhadore(a)s, a juventude, em
especial a classe trabalhadora das periferias, mediante um conjunto de
políticas neoliberais, que vêm avançando com o objetivo de rebaixar os salários
e cortar direitos e garantias de nossa classe, como representou a contrarreforma
trabalhista e previdenciária. Essas políticas, resultantes da crise estrutural
e internacional do capitalismo, se intensificam com o governo Bolsonaro,
atingindo amplos segmentos da classe trabalhadora via fundamentalismo religioso
e fakenews. Tudo isso agravado por uma política de invisibilidade e ofensiva
conservadora contra amplos segmentos da população como negros e negras,
mulheres, lgbtq, indígenas, quilombolas, ribeirinhos e moradore(a)s das
periferias brasileiras.
Vale constatar a intensificação
de retrocessos e obscurantismo com a ascensão do governo de extrema direita e
de elementos neofascistas, tanto no governo federal como em alguns estados e
municípios, com retirada de direitos e ataques às liberdades democráticas, o
que torna as tarefas para a classe trabalhadora ainda mais desafiantes. Ao
mesmo tempo, o ano de 2019 segue marcado por importantes mobilizações da classe
trabalhadora, com destaque para o 15M, 30M, 14J e para as greves e mobilizações
de vários setores nos estados e municípios. Houve dificuldades da classe
trabalhadora em reagir aos ataques. Mesmo as respostas, com explosões de luta,
foram insuficientes para arrancar vitórias. No entanto, há condições para serem
construídas. O governo Bolsonaro e outros seguem implantando medidas que irão
aumentar as contradições e insatisfações. Por isso, a luta popular nas ruas,
locais de trabalho e moradia segue sendo nosso horizonte a ser construído.
Essa conjuntura exige das
entidades e organizações da classe a construção de estratégias para a ampliação
da mobilização pela base. Bem como o avanço da consciência social de amplos
segmentos do(a)s trabalhadore(a)s, visando ao destravamento das lutas
sindicais, populares e da juventude. Vale ressaltar que essas lutas têm sido
contidas nos últimos tempos, entre outras coisas, por parte das direções
políticas e sindicais e pela grande imprensa, que buscam o apassivamento da
população.
Assim, a tarefa de entidades,
organizações e movimentos populares, sociais e estudantis deve ser a de se empenhar
ao máximo no processo de intensificação do trabalho de base, visando conquistar
corações e mentes para a construção de um projeto de sociedade que não se pauta
pelos princípios do capitalismo, combatendo os retrocessos impostos pela EC/95,
a privatização, a apropriação privada do fundo público, a destruição ambiental,
a alienação cultural e a desestruturação do trabalho. Julgamos ainda
fundamental combater a discriminação contra as pessoas com deficiência, a
lgbtfobia, o machismo, o racismo e todas as outras opressões que estruturam a
sociedade e impedem a construção do poder da classe trabalhadora.
As entidades que estão construindo
o Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas
conclamam a todo(a)s o(a)s lutadore(a)s sociais e políticos em todos os estados
do país para que possamos impulsionar, em ampla unidade de ação, com chamamento
público às entidades, partidos, organizações políticas, movimentos e frentes da
classe para a construção do Encontro Nacional da Classe Trabalhadora, etapa
fundamental para o processo de reorganização de nossa classe.
Por isso, nossa tarefa imediata,
além de RESISTIR, é avançar na luta e construir alternativas que não alimentem
ilusões aos projetos de conciliação de classe. É preciso ampliar as
mobilizações e construir um amplo calendário de atividades, que seja capaz de
impulsionar atos, paralisações, greves e manifestações para um 2020 de intensas
lutas. Para tanto é fundamental a construção do Fórum Sindical, Popular e de
Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas em TODOS os estados do país,
como forma de contribuir para a construção da frente única dos trabalhadores e
seu processo de reorganização nesse novo ciclo.
Derrotar o Governo Bolsonaro e
Mourão nas ruas, reverter as contrarreformas e lutar por emprego, reforma
agrária, saúde, educação, cultura, segurança e moradia para a classe
trabalhadora.
Inspirados nas lutas da classe
trabalhadora internacional, é necessário ousar lutar e ousar vencer!
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