Pular para o conteúdo principal

8 de Março: em todo o país trabalhadoras vão às ruas por direitos

















Neste 8 de Março, trabalhadoras de todo país comemoram, com luta, o Dia Internacional da Mulher. Metalúrgicas, operárias da construção civil, professoras, estudantes, servidoras públicas, metroviárias, domésticas, bancárias, sairão às ruas para denunciar o machismo e a violência, e exigir igualdade de direitos e creche para seus filhos.

A data acontece no contexto da jornada nacional em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra a política econômica do governo federal, organizada por diversas entidades, cujas bandeiras integram a marcha em Brasília, em 24 de abril. Assim, os atos que ocorrerem nos diversos estados serão em unidade de ação com setores que se incorporarem à jornada e em torno à plataforma aprovada por consenso entre as entidades que participam do Espaço de Unidade de Ação.

Contudo, a situação e a luta da mulher serão palco dos debates. Assim, de norte a sul do país, já estão acontecendo palestras, reuniões e seminários para discutir a importância da data. No Ceará, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza realizou um debate no canteiro de obras com as operárias sobre a luta da mulher.

Em Minas Gerais, mulheres trabalhadoras foram para a frente ao Tribunal de Justiça e exigiram punição ao goleiro Bruno e a todos os assassinos de mulheres. 

O Movimento Mulheres em Luta está distribuindo um jornal sobre o 8 de Março em diversas categorias pelo país.

Chega de violência – Um dos grandes batalhas neste momento é a violência contra a mulher. Por isso vamos às ruas para gritar: Basta!

No Brasil, em 2012, entre janeiro e junho, mais de 5 mil casos de estupro foram registrados. Somente no Rio de Janeiro foram contabilizados 16 estupros por dia. Mesmo assim, o Novo Código Penal, contém artigos que atacam direitos conquistados pelas mulheres. Entre eles, a Lei Maria da Penha, que pode estar ameaçada, pois no novo código estão previstas medidas alternativas à prisão de agressores.

O artigo 213 do Código Penal, por exemplo, que foi alterado em 2009, caracteriza estupro: “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. O texto garante que tal prática considerada crime hediondo e aponta para uma pena de 6 a 10 anos de prisão.

A reforma do Código Penal ameaça esse artigo 213 e prevê a divisão do crime, enquadrando condutas “mais leves” na categoria de “molestação sexual” que teriam, portanto, penas mais leves. O texto não menciona os casos sobre o estupro coletivo e nem o estupro corretivo, que é uma prática criminosa, utilizada principalmente contra mulheres lésbicas.

Por isso, não podemos deixar que se aplique esse retrocesso às conquistas da mulher. Vamos defender nossos direitos! Vamos às ruas lutar junto com as trabalhadoras que encaram nas ruas, muitas vezes, o assédio de homens que a tratam como objetos. Mulheres que enfrentam horas de viagem dentro de ônibus e trens lotados, sujeitas a todo o tipo de assédio.

Vamos denunciar a violência contra as mulheres e morte de muitas, pois o governo não lhes garante uma de proteção efetiva, já que a Lei Maria Penha, apesar de ser um avanço e estar ameaçada, não contempla as necessidades dessas mulheres. Nas ruas, exigiremos mais centros de referência, casas abrigo, delegacias de mulheres, juizados especializados e, principalmente, mais recursos.

Luta contra o ACE - Vamos denunciar o ACE (Acordo Coletivo Especial) que abre as condições para retirada ou redução de direitos, entre eles, a licença maternidade. Esse projeto, apresentado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, propõe que as negociações no interior de casa empresa devem se sobrepor às leis trabalhistas. O governo e os empresários estão adorando essa ideia. Se não tivermos uma lei que nos defenda podemos perder muitos direitos.

Bandeiras importantes - Nessas atividades, vamos reivindicar o direito a creches públicas, gratuitas e de qualidade para as mulheres que saem de manhã para o trabalho, e não têm onde deixar seus filhos. A maioria se vira do jeito que dá. Das crianças de 0 a 3 anos, apenas 18% estão matriculadas em creches, sendo 7% em creches particulares e 11% em creches públicas.

Exigiremos também que as mulheres tenham o direito de decidir o que fazer com seu corpo, diante de uma gravidez indesejada. Mais de 200 mil mulheres morrem por ano no Brasil em decorrência de abortos clandestinos. Acreditamos que isso não é caso de polícia, mas uma questão de saúde pública. Para isso, é necessária a defesa pela legalização do aborto.

Neste 8 de Março, vamos denunciar as empresas que contratam e remuneram menos as mulheres trabalhadoras, pelo fato de serem mulheres. Por isso, vamos levantar a campanha permanente da CSP-Conlutas por Trabalho Igual, Salário Igual!

Vamos exigir políticas públicas de qualidade para as mulheres, entre elas, a saúde, a qual o governo lhes retira o direito ao oferecer atendimento ginecológico, ou um exame de mamografia, muitas vezes, somente depois de meses de espera.

Nesse dia de luta vamos lutar por moradia, melhores condições de trabalho e de vida.

Vamos defender a aposentadoria dizendo não ao fator previdenciário e a fórmula 85/95 que retardam nosso tempo para se aposentar, além de exigir a anulação da reforma da previdência que foi aprovada à custa de dinheiro do mensalão.

Atividades - Participe da atividade do 8 de Março em sua cidade. Confira, o quadro parcial, das atividades já programadas para acontecer pelo país:

TERESINA:
ATO CONTRA A VIOLÊNCIA À MULHER E OS ATAQUES À CLASSE TRABALHADORA NA AVENIDA FREI SERAFIM, A PARTIR DAS 8 HORAS.

Belo Horizonte:

A partir de 13h – Pontos de concentração e temáticas:
Praça Raul Soares – Sexualidade
Praça da Rodoviária – Mercantilização do corpo
Viaduto Santa Tereza – Mulher negra
Praça da Assembleia – Violência do campo (mulheres do MST)
Praça Tiradentes – Violência doméstica
Praça da Estação – Violência do Estado / Trabalho
16h – Unificação de todos em frente ao Palácio da Justiça, na Afonso Pena
Até 17h – Saída para a PBH e depois seguir para a Praça 7 (intervenções e encerramento)

Curitiba:

15h30 – Ato unificado com concentração na Boca Maldita e encerramento na Secretaria Municipal da Mulher.

Fortaleza:

16h30 – Concentração na Praça do Carmo, em Fortaleza.

Porto Alegre:

13h30 – Assembleia do CPERS, na Araújo Viana
e às 17h, sai em ato para frente do Palácio do Governo
17h – Ato no Largo Glenio Peres

São Luis:

15h – Ato unificado com concentração na Praça Deodoro

São Paulo:

13h – Ato unificado com concentração na Praça da Sé.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Afinal o que é o HP?

Horário Pedagógico (HP) é o tempo  da carga horária do professor  destinado para planejamento,  leituras, elaboração e correção de avaliações,  estudos, cursos de aperfeiçoamento  e várias outras atividades relacionadas  ao processo de ensino, mas sem a  interação com os educandos .  O SINDSERM reivindica que a horária do(a) professor(a) seja organizada  com 50% de HP, como garantia da boa qualidade  do ensino. Isso, inclusive, é possível  com a legislação vigente, pois a Lei 11.738  determina que “Na composição da jornada  de trabalho, observar-se-á o limite  máximo de 2/3 (dois terços) da carga  horária para o desempenho das atividades  de interação com os educandos”.  Legalmente, o tempo em sala de aula  pode até ser inferior, mas nunca superior  a 2/3 da carga horária. O restante  da carga horária de trabalho consiste no  Horário Pedagógico e deve ter, no mínimo,  1/3 da jornada contratada. Baseados na Lei 11.738/2008, na decisão do STF que diz que esta lei é constitucion

HORÁRIO PEDAGÓGICO PODE SER REALIZADO FORA DA ESCOLA

HORÁRIO PEDAGÓGICO PODE SER REALIZADO FORA DA ESCOLA As ações de assédio moral e desrespeito aos trabalhadores da educação do município de Teresina estão cada vez mais freqüentes e em total desacordo com os posicionamentos oficiais do MEC. É comum encontrar nos murais das salas de professores das unidades escolares municipais um aviso informando que o “Horário Pedagógico deverá ser cumprido na e scola”, entretanto as escolas municipais não oferecem estrutura adequada para o devido aproveitamento do tempo fora de sala de aula, destinado para a elaboração de aulas, atividades, avaliações e formação continuada dos professores, como preconizam o MEC através da Lei Nº 11.738/08 e o parecer CNE/MEC Nº 018/2012, no tópico ”O trabalho do professor, a construção do projeto político-pedagógico e a gestão escolar”, que trata o seguinte (pág. 14): Destaquemos, aqui, a necessidade da garantia de condições de trabalho para o professor, como fator necessário para assegurar a qualidade do ensino. De u

Como deve ser cumprido o HP nas escolas e centros municipais de educação infantil de Teresina

A chamada Lei do Piso (Lei Federal 11.738/2008), no seu parágrafo quarto, regulamentou uma nova organização para a carga horária do magistério, diminuindo o tempo de interação com alunos para no máximo 2/3. Isto implica dizer que o pelo menos 1/3 desta carga horária corresponde ao HP (Horário Pedagógico), momento em que o professor e a professora utiliza para elaborar e corrigir provas, planejar, estudar entre outras atividades. De forma, autoritária, o secretário municipal de educação, Kleber Montezuma tentou burlar a Lei Federal, indo inclusive nas escolas assediando os trabalhadores para que estes entrassem em sala de aula até no seu HP.  Entretanto, graças a resistência e a luta da categoria aos poucos estamos conseguindo derrotar o ditador. Recentemente tivemos a nosso favor a homologação do parecer CNE/CEB n. 18 de 2012 que reafirma o HP de pelo menos 1/3 da carga horária. Assim nenhum professor ou professora deve entrar em sala de aula para atividades com alunos mais do

Modelo de ofício para encaminhar a distribuição de turmas às direções de escolas, em cumprimento à Lei 11.738. (Prof. de segundo ciclo)

                Através deste modelo (feito no ano passado) ofício abaixo cada professor(a) de segundo ciclo deve encaminhar à direção da escola a distribuição das turmas, obedecendo ao limite MÁXIMO de 2/3 da carga horária em interação com educandos.                    Junto ao ofício deve ser anexado o horário das aulas, com a redução de turmas previstas para o necessário cumprimento da lei 11.738. É importante que a direção dê ciência na cópia do ofício e que o(a) professor(a)  guarde o documento para utilização posterior caso seja cometida alguma arbitrariedade.

Tabela de vencimentos e gratificações de professores(as) e pedagogos(as) enviada em anexo ao projeto de lei à Câmara pela PMT.

Tabela de vencimentos e GID (Gratificação de Incentivo à Docência - substitui a Regência) do projeto de lei que será votado na Câmara na próxima semana. Na segunda-feira avaliaremos na ASSEMBLEIA DA GREVE DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL se o reajuste foi linear, respeitando classes (10%) e níveis (5%).  

Não existe obrigatoriedade dos 200 dias letivos para os(as) professoras que trabalham nas CMEIs.

Como bem passaremos a demonstrar os(as) professor(as) que trabalham nas CEMEIS não tem a obrigação de cumprir os 200 dias letivos, vejamos. Conforme preconiza a Lei de Diretrizes Básicas da Educação em seu artigo 21, inciso I temos que a educação básica é formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. No artigo 24, inciso I, desta mesma legislação estabelece que nas Unidades Escolares da Educação básica de nível fundamental e médio tem-se a obrigatoriedade de cumprir os 200 (duzentos) dias letivos e a carga horária anual das respectivas matrizes curriculares. Da simples leitura deste artigo verifica-se que o legislador fez uma clara distinção entre a quantidade de dias letivos obrigatórios para as escolas da educação infantil e para as escolas de ensino fundamental e médio, uma vez que taxativamente só estabeleceu a obrigatoriedade dos 200 dias para estas ultimas. Dessa forma a LDB só impõem o cumprimento imperativo dos 200 di

MODELO DE OFÍCIO PARA ENCAMINHAR A DISTRIBUIÇÃO DA CARGA HORÁRIA AOS(ÀS) DIRETORES(AS) DE ESCOLAS E CMEIS CONFORME A LEI 11.738 - (Prof. de Primeiro Ciclo)

                Através do modelo de ofício abaixo cada professor(a) de primeiro ciclo deve encaminhar à direção da escola a distribuição da carga horária, obedecendo ao limite MÁXIMO de 2/3 da carga horária em interação com educandos.                    Junto ao ofício deve ser anexado o horário das aulas, com a redução de turmas previstas para o necessário cumprimento da lei 11.738. É importante que a direção dê ciência na cópia do ofício e que o(a) professor(a)  guarde o documento para utilização posterior caso seja cometida alguma arbitrariedade.

SINDSERM Teresina convoca profissionais da Segurança Púbica para acompanharem a votação do Relatório de Auditoria da Guarda Civil Municipal (GCM) no dia 08/11 no TCE PI; documento respalda denúncias do Sindicato

A luta de servidores(as) da Guarda Civil Municipal (GCM) tem revelado à população a situação precária e a condição de total abandono em que atuam estes(as) profissionais da Segurança Pública na capital. As inúmeras denúncias feitas pelo Sindicato das(os) Servidoras(es) Públicas(os) Municipais de Teresina (SINDSERM) chegaram ao conhecimento do Tribunal de Contas do Estado (TCE PI). Dentre as principais reivindicações dos(as) GCMs de Teresina se referem à proposta de Estatuto e Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que foi elaborado democraticamente, com ampla discussão das propostas construídas pelos(as) trabalhadores(as) após várias manifestações, paralisações e assembleias setoriais, culminando incluindo uma assembleia setorial que teve oito horas de duração com debate, destaques e votação de cada artigo. Até o início deste mês de novembro, a Câmara Municipal não recebeu nenhuma proposta de estatuto e/ou PCCS da Prefeitura Municipal de Teresina (PMT), que também não aprese

SINDSERM fará manifestações exigindo Rateio do FUNDEB, JÁ! Extratos solicitados ao TCE comprovam movimentação de quase meio bilhão de reais pela SEMEC até 07 de dezembro de 2021

           Na semana que inicia o SINDSERM irá convocar o Magistério Municipal para uma série de manifestações de rua para exigir que o prefeito José Pessoa(MDB) e o Secretário Nouga Cardoso cumpram a legislação federal regulamentando o rateio da sobra/superávit do FUNDEB 2021 recebido pela SEMEC.       De 05 de janeiro a 07 de dezembro de 2021 já foram creditados na Conta do FUNDEB Teresina R$ 445.912.896,85 (Quatrocentos e quarenta e cinco milhões, novecentos e doze mil, oitocentos e noventa e seis reais e oitenta e cinco centavos) sem a soma dos valores de rendimento das aplicações financeiras, computadas em  outra planilha. Mesmo assim, os dados dos repasses já indicam a necessidade legal de rateio do recurso proveniente de receita vinculada sob determinação de legislação federal, com as respectivas complementações. No mês de dezembro de 2021 ainda haverá repasses do FUNDEB à conta vinculada, pois os extratos aqui divulgados foram atualizados em 07 de dezembro pelos técnicos especi

Dia da Consciência Negra - A luta contra o racismo é um dever!

O dia 20 de Novembro, dia da consciência negra, é um momento de luta do povo negro, que faz alusão ao dia da morte de Zumbi dos Palmares um dos símbolos de resistência e de luta contra o racismo e exploração. Assim como Zumbi precisamos lembrar a luta de Dandara, Acotirene, Luiza Mahim, Angela Deyvis, João Candido, Malcom X e todos aqueles que lutaram e lutam contra a exploração capitalista. As negras e negros chegaram ao Brasil, trazidos da África, como meras mercadorias e sem nenhum direito, posse ou liberdade. Seu trabalho era exaustivamente explorado, sem nenhuma remuneração. Com a falsa abolição da escravidão, vimos os negros(as) se libertarem das correntes e açoites, para serem inseridos na “senzala moderna”, submetidos a precárias condições de vida nas periferias marginalizadas e agora “acorrentados” a uma escravidão assalariada e a todo o estigma negativo criado sobre a negritude. A consequência disso é que hoje, a maioria da população negra está ocupando os pior