No Dia Internacional de
Luta Contra a Violência à Mulher (25/11), o Sindserm de Teresina (Sindicato dos
Servidores Públicos Municipais), a CSP-Conlutas-PI e o MML (Movimento Mulheres
em Luta) organizaram um ato público em frente ao prédio da prefeitura municipal,
para denunciar a situação de violência à qual as mulheres estão submetidas e,
em especial, a violência institucional praticada pelo executivo, ao reduzir o
número de turmas nas creches da cidade.
O prefeito Firmino
Filho (PSDB), a partir de 2015 deixará de ofertar vagas nas creches para
crianças de 0 a 3 anos de idade. Isso é um retrocesso que, além de retirar o
direito à educação das crianças, retira também o direito das mulheres ao
trabalho. Isso porque a grande maioria das mulheres são chefes de família e
precisam de um local seguro pra deixar seus filhos enquanto vão trabalhar ou
estudar.
Dezenas de mães, que
foram surpreendidas com essa medida, atenderam ao chamado do Sindserm, MML e da
CSP-Conlutas para participar do Ato Público contra a violência às mulheres e em
defesa das creches.
Carlúcia Francisca de
Sousa é uma das centenas de mães que não sabem onde seus filhos vão estudar no
próximo ano. “Eu quero saber, prefeito, onde meu filho vai estudar ano que vem?
Eu preciso trabalhar e não tenho com quem deixar meu filho”, protestou a mãe.
O caso ganhou
repercussão na mídia local, sendo divulgado em vários sites de notícias,
emissoras de televisão e jornais impressos. As matérias veiculadas pela
imprensa reafirmaram as denúncias do sindicato. Essa foi uma repercussão
negativa para o executivo municipal, que mais uma fez demostrou não ter nenhum
compromisso com a educação pública, penalizando assim a grande maioria das
trabalhadoras e dos trabalhadores do município.
Com a medida, centenas
de crianças ficam sem acesso à educação e as mulheres ficam submetidas à uma
situação de violência institucional, uma vez que não podem trabalhar por falta
de espaços adequados para deixarem os filhos. O resultado disso é que mais de
40% das mulheres estão desempregadas, segundo dados do IPEA. Isso demonstra um
descaso e omissão do estado.
Antes do ato, muitas
reuniões foram realizadas com as mães nas comunidades. Agora, o SINDSERM vai dá
continuidade a essas mobilizações, fortalecendo a luta dessas mulheres pelo
direito à emancipação e ao trabalho, assim como o direito à educação dos seus
filhos.
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